O ano É 1978 e um grupo de amigos, enquanto observava o Carnaval na Praça da Piedade, teve uma ideia inusitada e formidável: criar o seu próprio bloco. Essa simples ideia lançada entre amigos durante um momento festivo se tornou, no ano seguinte, o nascimento do Bloco Camaleão, um dos maiores blocos do Carnaval de Salvador, que celebrou seus 40 anos em 2018.
by Quero Abadá News
Com o slogan do primeiro ano, "Quem sai no Camaleão é amigo de um amigo seu – pelo menos", o bloco sempre foi concebido como uma corrente, uma expressão da cidade e, talvez, esse seja um dos motivos de seu sucesso, conforme aponta Joaquim Nery, diretor do bloco na época, que tinha então 20 anos.
O Camaleão, inicialmente composto pelos quatro sócios originais, experimentou um primeiro ano de planejamento estratégico em barracas de praia, onde detalhes importantes foram discutidos. O nome "Camaleão" foi uma sugestão de Bel Borba, o artista responsável pela identidade visual nos cinco anos iniciais, criando uma rica experiência em uma era pré-computação gráfica. A fase inicial envolveu um esforço considerável de marketing, com 200 comissários servindo como os primeiros divulgadores do bloco.
O sucesso veio no primeiro desfile, embora as queixas sobre a qualidade do trio tenham impulsionado uma melhoria substancial nos anos seguintes, incluindo a adoção de uma tecnologia inovadora no Carnaval de 1980: um trio transistorizado. A história musical do Camaleão incluiu a banda Salamandra, que contou com artistas notáveis como Sarajane e Carlinhos Brown. Em 1990, a parceria com o Chiclete com Banana começou e persiste até hoje, com Bell Marques, ex-líder do Chiclete, mantendo a tradição do bloco.
Bell enfatiza a relação única entre o Camaleão, o artista e os foliões, destacando a força singular e o carinho que cresceram ao longo dos anos. A história do Camaleão é repleta de episódios especiais, como o primeiro casamento a bordo do trio, ocorrido há 27 anos, destacando como esse bloco é mais do que uma celebração anual; é uma experiência que moldou vidas e forjou laços profundos entre amigos, foliões e o próprio Camaleão.